Foto: Anderson Ferreira |
Os desejos de conforto nunca serão tão compreensÃveis diante
de um choque, um baque para uma mãe, um pai, um irmão, um amigo. Não há estima
que acalme um coração desolado. Diante disso, o nosso absoluto silêncio.
Já bastam os veÃculos de comunicação, as redes sociais e as
conversas por onde quer que andemos. Tudo ao nosso redor está pintado de preto.
A partida. A dor. A saudade.
Inventem qualquer que seja a distração pra tirar o aperto do
peito de quem sofreu na madrugada, no dia de domingo, na segunda-feira e pelos
dias que virão; de nada vai adiantar. É o momento do luto.
Não há braço que afague nem abraço que seja alento pra quem passou a noite
acordado, desesperado, tentando contatar no celular por dezenas de vezes sem
receber retorno, sem ser atendido pelo filho que fora azarar, beijar na boca, talvez
conhecer a cara metade, ou simplesmente curtir uma balada com a galera.
Culpados pra quê se a cada dia somos responsáveis pelos atos,
exigimos direitos, mas deixamos de cumprir com nossos deveres.
Aqueles que brincaram e estão brincando com a situação e os
que se aproveitam da perda alheia devem ser perdoados, são coitados
inexperientes, mal criados e mimados, quiçá infelizes, que ainda não souberam o
que é amor, paixão e solidariedade.
Eu poderia simplesmente terminar esse breve texto me
assegurando na máxima espiritualista de que “era a hora e a missão foi cumprida”,
mas é impossÃvel apenas aceitar que tanta gente tenha que partir junto e deixar
aqui nessa vida tanto sofrimento, tantos sonhos, alegrias e histórias.
Diante de tamanha tragédia fica a tristeza e o feliz agradecimento
pelos tantos que foram grandiosos na tentativa de salvar sonhos na madrugada do
dia 27 de janeiro, na cidade dos sonhos de tantos jovens, da badalação onde as
luzes coloridas e a música alegre deram lugar à escuridão e aos suspiros de dor.
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Paulo