2013 - 2014

Como deixar passar em branco a mudança de um ano que para mim foi um dos mais produtivos e importantes. Fruto talvez dos pedidos da virada anterior e de tanto empenho em vista de tantos planos.

Ano de crescimento pessoal e profissional. TCC, formatura, trabalho, festas, amigos, colegas, alegrias, tristezas, ganhos e perdas. Mudança...

Neste dia 1º de janeiro marco meu terceiro mês em terra nova. Não foi amor à primeira vista, quando pisei aqui pela primeira vez logo achei um saco, o que me parece normal – um peixe fora d’água. Esperava mais, confesso, mas a Cruz por aqui realmente é Santa e abençoada. Quem vem, volta, e quem não volta, lembra. Ô, terra encantadora!

Bem-vindo a Santa Cruz do Sul. Sim, e muito bem-vindo fui por aqui, a bela Santa Cruz, difícil resistir a tantos encantos. Nessa terra de alemão, de gente metida, estúpida, grosseira... - pelo menos foi com esses adjetivos ‘sutis’ que, equivocadamente, me descreveram a cidade da grande escritora Lya Luft, da simpática apresentadora Ana Hickman, da Oktoberfest, do Enart, do fumo, do chope e de tantos atrativos legais.

Discordo, claro, da opinião alheia e de senso comum, pois aqui trato do lugar que melhor me adaptei até agora. A que melhor me recebeu, não de braços abertos, porque o Cristo está no Rio de Janeiro, mas abençoado pela cruz que está no topo da serrinha e que todos os dias faz parte da minha paisagem, quando abro a janela da sacada.

Foto: Paulo Messa

Nessa cidade se encontra problemas, como em todas, mas solução como em poucas. Aqui respiro o ar de urbanidade mesclado com um aroma de interior. Aqui, vou no Centro, no Arroio, no Universitário, na Verena, no Higienópolis, passo pelo Ana Nery, cruzo pela Unisc, dou um pulo no Max, visito o Parque da Gruta, compro no Big, fotografo a Catedral, o chafariz da praça, ando na Paul Harris e vejo descendentes alemães, africanos, americanos, latinos.. ‘aqui tá tuto chunto i misturato’.

‘Ala scut’, ‘vigetz’ .. se dispor-se a aprender um pouquinho de alemão, ponto favorável, se ‘noonnnn’, aqui o português predomina.

Nem deu tempo de me despedir de Santiago. Saudade? Não. Ficaram os bons amigos, que se forem bons mesmo, são os que dão notícia por sms ou ligam pra “incomodar”. Mas, aqui tá bom, o clima é agradável, a cidade é bonita, as pessoas são agradáveis, receptivas e desencanadas. Há muito o que fazer, há operários da vida e não da língua.

Pela 287 ou pela 471, não importa, onde achar um acesso a Santa Cruz não passe sem dar um pulinho até um ponto qualquer da cidade e seja bem-vindo!

RETROSPECTIVA

Como mencionei no início desta postagem, o ano que passa foi de bastante desafios e novidades, afinal foram 365 dias para surtar entre a conclusão da graduação, a minha inserção no mercado de trabalho, mudança de cidade, busca por uma moradia e estabilidade.

Pois, vou tentar fazer um breve resgate desses acontecimentos, seguindo uma ordem cronológica. Let’s go!

- Como esquecer os meses de Janeiro, Fevereiro, Março e Abril? Tive a felicidade de conhecer pessoas, histórias, amigos, fazer por diversas vezes o trecho Santiago – São Borja, tudo para dar os passos finais em direção ao término do ciclo acadêmico a que me propus em 2009, quando o Jornalismo entrou na minha vida.

Foto: Noemi Cabeleira

- Em Maio, um ponto final às expectativas para apresentar o TCC. No dia 14, cara e coragem para a resposta: 10. Pronto, trabalho apresentado com louvor, graduação quaaaase concluída.

- Junho, foi o mês em que experimentei pela primeira vez o jornalismo diário, “pauleira”. Entrevistar, redigir, fotografar, postar, gravar, editar, finalizar, apresentar, essa sequência de fatos se tornou uma rotina de conhecimento. Felizmente aprendi muito. Infelizmente conheci a realidade do jornalismo fora da universidade. Frustrante.

Foto: Eduardo Bertazzo

- Julho, lá estava eu, entre os demais colegas, colando grau. Num dia 13 do ano 13. Para minha felicidade, aquele momento foi onde eu consegui me desvincular de vez de um lugar que eu nunca me senti a vontade para viver, mas que causou comoção já que estava deixando para trás pessoas com as quais passei boa parte junto.

- Chegaram Agosto e Setembro. Ok, eu tinha um canudo em mãos, mas o que isso significava? - Dá jeito, o mercado te espera! Lá fui eu, no desconhecimento de como fazer, buscar um trabalho. - Sou jornalista, grande coisa! Mal sabia eu que um vasto leque estava aberto em minha frente. Comecei o ciclo de envio de currículos, viagens de entrevistas e testes, assim segui até que o próximo mês chegou.

Foto: Sara Rohde

- 1º de Outubro de 2013, Santa Cruz do Sul ganhava mais um morador. Mês em que completava mais um ano de vida, não poderia ficar sem presente, não é? Com o apoio da família, sempre, peguei a estrada e vim para o lugar que me abriga já pelo terceiro mês.

Foto: Michele Bartz

- Novembro e Dezembro passaram, os dias cada vez mais corridos, quase não dá tempo de fazer algo muito diferente, o trabalho consome parte do dia, a canseira outra e o sono o restante. Minha irmã completou seus 15 anos e ganhou uma linda festa. Uma semana depois meu irmão teve um AVC, deu um susto em todos, mas se recupera bem, em casa.

É a vida nos pregando peças a cada dia. Agradeço imensamente a todas as pessoas que passaram a fazer parte do meu 2013 e seguem na caminhada em 2014.

2014

Meus queridos, um feliz 2014 com o desejo de que reine em nossos corações a paz, a alegria e a felicidade. Que o amor esteja sempre além da vaidade, da desonestidade e do rancor. Que este novo ano seja de frequentes comemorações, aprendizado e de muito comprometimento. Que a nossa Política não nos decepcione e que a Educação seja prioridade. Que todos tenham muita saúde, mas que plantem para colher, afinal, aqui se faz, aqui se paga. Que a natureza receba de nós tudo aquilo que ela nos dá de bom todos os dias. Que seja o ano da família, porque, muitas vezes, ela é a última que lembramos, mas a primeira que necessitamos. Que o trabalho seja além da nossa fonte de renda, mas que nos orgulhe por tê-lo conquistado. Que nossos estudos nos mostrem um caminho correto para a transformação de um mundo melhor. Que a palavra de ordem seja HUMILDADE, porque assim as pessoas podem se compreender enquanto seres humanos.

Um grande abraço a todos e muitos outros desejos de positividade hoje e sempre.

Viva 2014! “Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir!”